domingo, 28 de setembro de 2014




No instante em que reencontrei esta fotografia eu fui feliz, dessa felicidade feita de reviver o passado tão recente. De uma felicidade feita de ignorar o futuro. Eu fui feliz, desse desejo de reconstruir momentos, de recontar, de repetir... Eu fui feliz, dessa felicidade feita - de novo - do deslumbre. 
Eu não sou mãe, mas acho que ao olhar nos olhos de um filho adulto, o que uma mãe ama é o brilho que só ela pode identificar nos olhos dele, porque é o mesmo de quando ele a fitava enquanto ela o amamentava.



sábado, 20 de setembro de 2014


Eu sinto o tempo pairando em outro tempo
Correndo bem lento nas asas de um beija-flor
Que espera a flor acordar enquanto o dia não vem
Geleiras vão desabar mudando a cor do mar
Imenso que leva abraços e esperas
Minutos são eras a cada passo pro fim
Se o universo girar pra gente se desprender
Te encontro em outro lugar em paz
Ou não ou nunca mais

Agora é hora da gente se esquecer
Que o tempo e o vento não vão parar de bater
E a cada ponto final a história vai repetir
A gente é mais que um plural e a vida é muito mais
Que a gente espera temendo a toda queda
Deixa a geleira cair e o beija-flor descansar
Um novo agora virá
Escute o som do mar

(Marcelo Jeneci) 



sábado, 23 de agosto de 2014




Olho para a imagem de algumas pessoas e tenho vontade de assegurá-las na minha vida, sinto desejo de que percebam o quanto são amadas e especiais, e isso não é, necessariamente, apego por elas. É como se nelas eu identificasse algo de muito belo que faz parte de mim, e quisesse por isso, tê-las por perto sempre. É como se – além da aparência – eu pudesse “enxergar” os sentimentos de alguns seres, e quando o que sinto é lindo, o efeito é sempre esse: vontade de fazer alguma coisa bonita por eles.

É assim com esta moça da fotografia com sua expressão amorosa e leve, sua luz tão forte... Está indo morar nos EUA. E apesar de eu saber que esse dia chegaria, agora que ele chegou, é um tantinho estranho. Porque essa pessoa nasceu e cresceu dentro da minha família e desprender-se de sua presença é um pouco desafiador. E ao mesmo tempo o sentimento é de otimismo, um querer bem enorme, um desejo de que tudo seja o melhor que possa ser: que o seu novo lar seja agradável, com pessoas gentis, com novas amizades, com dias produtivos e saudáveis... que a sua cama seja macia, que seja bela a vista de sua janela e saborosa a sua comida... 

Às vezes a gente escolhe mirar o horizonte e caminhar para além do alcance da vista, deixar pra trás a própria cama, a própria casa, a presença da família, dos amigos, dos gatos e dos cachorros... Mas só a presença física, pois, vai tudo dentro do coração. Onde quer que se esteja continua-se amando a quem se ama e sendo quem se é. Nada é definitivo. A vida da voltas e a gente se reencontra pra se abraçar e conviver. Mas nunca seremos os mesmos, estamos num constante amadurecer. Isso não é lindo?

Essas voltas que a vida dá me emocionam sem querer, sem ter um por quê. Essas mudanças que normalmente passam batidas para a multidão estão sempre acontecendo em algum lugar, escondidas, quase apagadas, como se fossem invisíveis aos olhos do mundo, mas que, são a coisa mais importante do momento de alguém. 

Escolhi essa fotografia porque faz poucas horas que eu a fiz e significa muitas coisas. Essa cachorra é a Gal, ela está com câncer em metástase, pode ser que a Taís nunca mais a veja, mas quem sabe? São dois momentos distintos da vida de dois seres que se despedem um do outro.

O desprendimento da vida que se tem agora e o lançar-se para a vida que se escolheu ter daqui para frente é só um lance de aparente dificuldade. Passada essa etapa a ordem se estabelece e o que era novo já se torna rotina novamente.

Contudo: 
Não sinta medo! Cuide-se bem! Seja grata a todo instante! 

(Amanda)


segunda-feira, 18 de agosto de 2014





"Minha vida era mais sorriso assim
Porque todas as flores que hoje sei
Foi você quem me ensinou"




quarta-feira, 6 de agosto de 2014




Não existe a dança sem a música. 
Não existe a música sem as pessoas.
E as pessoas sem a dança e sem a música? 
É...Existem... Mas como?


(Amanda)






terça-feira, 5 de agosto de 2014





No encontro com esses pequenos seres luminosos
 resgatamos o melhor em nós. 
O belo da vida.

Na Roda da Dança, 
tão bom, gostoso e lindo
SER criança...

(Amanda)


quarta-feira, 30 de julho de 2014



Amadurecer faz a gente ter uma sensação mais tranquila dos acontecimentos, até do amor quando quer acontecer e não consegue. Mas eu prometo: 
Vão ter dias ensolarados só pra gente sentar na margem de um rio gigante para observar o multicolorido do sol nas nuvens. 
...te abraçar na brisa,
dar-te beijos até o sol voltar pelo outro lado. 

(Amanda)






terça-feira, 29 de julho de 2014



Sorte grande que tenho... ter mãos dadas as minhas,
Ter nessa vida pessoas que amam 
tanto quanto eu as mesmas coisas,
O infinito e também o não saber.
Amamos as incertezas que alimentam.

O que é coragem ou covardia, não importa...
Sem julgamentos.
Só sabemos que é vida, que é bom e que a gente ama.


(Amanda)






É certo que não há nada que me agrade no caminhar rente ao limite, olhos semi-cerrados e visão nebulosa.
Sofrimento. Não!
Já não me assusta o caminhar na corda bamba, a iminência da queda, a eloquência da dor. 
Não quero medo, quero só amor.


(Amanda)





Eu venho descobrindo um dia após o outro que às vezes a gente caminha distâncias enormes sem sair do lugar, aliás, cravando raízes às vezes a gente caminha mais que numa vida inteira de jornada e mistério. É porque há muito segredo onde a gente achava que não tinha. Engraçado isso, curioso, estranho até... E agora eu entendo bem melhor do que antes. 

Uma das graças de ser humana é essa, poder se contradizer, bagunçar as ideias, remodelar as opiniões ou continuar na mesma.


(Amanda)



segunda-feira, 28 de julho de 2014






E quando nada mais adiantar, 
contorna a saudade com um arrebatamento alucinado. 
Inventa formas imprevistas de ficar inteira.
Respira fundo, olha para o alto e sente...
Depois segue. 
Por onde passares: Vaga e lume.


(Amanda Mello)






sexta-feira, 25 de julho de 2014




Não é o fim e nem o começo, é só uma vontade de chorar e dançar ao mesmo tempo e – numa beira de rio – cirandar com as ondas doces. Deixar o vento trazer o que tiver que ser agora e levar o que foi ontem. 
Dançar para sentir expandir. Chorar para diluir. Esvair a emoção, fazê-la uma oferenda para a natureza. 
Chorar, sem ser de tristeza...do nada e por tudo... mas dançando o milagre que é a existência, embriagando a alma de lágrimas e beleza...

VIDA como te quero inteira...


(Amanda) 






É impossível não comparar esse afeto com o calor dos últimos raios de sol. Sento debaixo dessas árvores para sentir, porque a vontade é essa, sentar e sentir... não é devaneio não, é privilégio mesmo, privilégio de amar as coisas que eu amo. 
Tenho vontade de ter certas sensações o tempo todo:
 sorrisos, abraços e brincadeiras... é um querer que não se consome, uma vontade desavergonhada de segurar uma criança e rodopiar com ela. A simplicidade dos gestos é o que os tornam marcantes. 

(Amanda)







quinta-feira, 24 de julho de 2014



Abraço a simplicidade como uma oportunidade de descobertas relevantes. 
Vêm me (re)fascinando os passarinhos, o multicolorido das flores e borboletas, o formato das nuvens e os sorrisos das crianças. Quando me traduzo nessas banalidades, tudo na minha alma dança, mesmo se a música for de saudade ou nostalgia. 

Afinal, em absolutamente tudo há beleza. 
(Amanda)